Blog Biológico

De repente um vírus chega e rouba nossa vida!

Aquilo que parecia ser passageiro; chegou, ficou e nos obrigou a pensar, repensar, mudar, adaptar, reaprender, reinventar…

 

Cada um à sua maneira foi criando uma nova forma de viver. Alguns se adaptaram mais facilmente; outros tiveram mais dificuldade, sofrendo com a realidade, a impotência, a angústia, desenvolvendo quadros mais graves. 

 

Pandemia na saúde mental já existia, só se intensificou. A avalanche de novos sentimentos e informações, muitas vezes desencontradas, colaboram ainda mais no aumento de doenças mentais, como depressão e ansiedade. O tratamento psicoterápico e medicamentoso se faz necessário nesses casos. 

 

Não podemos negar que a quarentena, o isolamento social nos obrigaram a uma recomposição psíquica; muitas vezes dolorosa e num momento que não desejamos estar em contato com esses conteúdos.

 

Nossa vida desacelerou e nos aproximamos de nós mesmos. Com isso os “fantasmas” ressurgiram, a solidão se intensificou, a angústia aumentou e o medo da morte acordou do sono mais profundo e primitivo. 

 

Aquele que trilhou o caminho da solidão até se encontrar com a solitude, certamente sente-se mais confortável diante do afastamento social, encontrando prazer em atividades realizadas em sua própria companhia. 

 

Estar só nos coloca diante do silêncio e assim podemos nos ouvir melhor. Assim, estamos a sós conosco e nosso mundo interno passa a gritar; mas nem todos estão prontos e querem aproveitar essa oportunidade. Sim, oportunidade! 

Oportunidade de cuidar de si, dos conflitos, da relação conosco e com o outro.

Oportunidade de diminuir a aceleração de nossas vidas, diminuir o consumo, o materialismo e o individualismo. Aqui está a oportunidade de olhar para o outro e exercitar o altruísmo, de se interessar pelo mundo daquele que sempre esteve ao nosso lado. Eis aqui a oportunidade de nos enxergar nos olhos do outro, de aprender a leitura do olhar.

 

Temos hoje um momento inédito em nossas vidas. Como passaremos por essa fase? O que faremos com tudo isso? Como sairemos disso? 

 

Cuidar do físico não é o bastante para sobrevivermos a essa pandemia. Precisamos desenvolver nossa capacidade de resiliência.  Ela nos ajudará passar pelo processo de forma menos sofrida.

 

Como diz o pensador: “O que não me mata, me torna mais forte”. Nietzsche

 

Renata Guerra

Psicóloga clínica,  hospitalar e terapeuta sexual.

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